terça-feira, 23 de junho de 2015

A contabilidade nas mãos


A contabilidade nas mãos 

 PDF 410

- A primeira conta de um conto (*)  
PDF  238
- A segunda conta de um conto (**)  
PDF  267

 (*) Texto publicado originalmente em mídia impressa: Contabilidade em Revista, página 12. Ano 1 – N°01 – Outubro/2014 – Natal/RN.  
(**) Texto enviado para publicação em mídia impressa: Contabilidade em Revista. Ano 1 – N°02 – Novembro/2014 – Natal/RN.   


 
Dois textos, duas partes. Duas mãos, duas partes e duas porções. Um punhado de ideias. Um conhecimento que circula nas ruas, a partir do conhecimento do povo. As estratégias do povo para construir a informação e o conhecimento, a cultura de um povo. Sobre uma mão de milho. A justificativa de uma mão de milho corresponder a cinquenta espigas. O conhecimento perdido na história e nas ruas.
A academia do conhecimento se apropria do conhecimento do povo, e domina um conhecimento como sendo seu, produzido por seus pensadores acadêmicos. Daí então formata e relata ao seu modo e critérios. Fazendo o conhecimento apropriado circular em um meio denominado como científico, formado por pensadores formados, com suas estratégias e instrumentos, academia e pensamentos. A cultura e o conhecimento emanam do povo. Danças e canções são as estratégias do povo para transmitir um conhecimento, de geração para geração, de um lugar para outro lugar.
A primeira conta de um conto (*)    
Contabilidade em Revista. Mais uma revista colocando e levando, o conhecimento às mãos. A informação contábil vista com auxílio das mãos, revista e revisada, atualizada nas mãos. Mãos que tocam, escrevem, digitam, folheiam e somam.
O conhecimento chega pelo auxílio e manuseio das mãos. São as mãos com auxílio dos braços que chegam mais longe, e alcançam estantes ou prateleiras, para pegar um livro ou uma revista. Sobre uma mesa ou balcão, são as mãos que com o auxílio dos dedos, que seguram e manuseiam revistas e livros. Folheando e passando as páginas, para que os olhos possam escanear e compreender símbolos e imagens. O que está escrito e divulgado, nos textos, nos artigos, nas imagens, e nos serviços prestados pelos anunciantes. Ainda que sem um apoio, para livros ou revistas, as mãos e os dedos fazem o desfile de símbolos e imagens para os olhos. 
As mãos e os dedos manuseiam teclados de aparelhos conectados a internet, para obter informações e conhecimentos, para serem colocados diante dos olhos. Tal como um passar de dedos para mudar de página, um passar de dedos muda de mensagem. A repetição dos gestos em livros e revistas, para os computadores e comunicadores de mão.
A visão levará ao cérebro as informações contidas nas imagens. Informação e conhecimento para ser armazenado e processado, em situações momentâneas e situações futuras. Um dia o contador foi conhecido como guarda-livros, hoje ele guarda informações e conhecimentos.
As imagens antigas e encontradas, pintadas em cavernas e paredões de pedra, foram feitas pelas mãos de quem queria passar uma informação aos que ali estavam presentes. Ou mesmo para aqueles que ainda chegariam para obter informações, no abrigo do conhecimento. Até hoje os professores repetem o gesto de escrever e descrever em paredes. Em locais abrigados do tempo e da chuva, denominados agora como escolas e colégios.
Quanto o homem deixou de ser nômade, fixou-se em uma habitação. Ali no entorno pode plantar e criar. Com a mão e um dedo apontou a direção. Com as mãos colheu e caçou, domesticou e domou plantas e animais. Plantou e criou, colheu e coletou plantas e animais. 
E foi com o auxílio das mãos e dos dedos que pode contabilizar seus animais e sua produção. Contou nos dedos suas tarefas e produções. Quando sua criação ou produção alcançou números maiores que dez, com auxílio das mãos pode juntar pequenas pedras e fazer pequenos montes de dez. Mesmo sem conhecer ou reconhecer os números, seus olhos podiam fazer comparações, nas porções amontoadas. Com quem folheia uma publicação, com um passar de pedras de um lado para o outro pode calcular seus conhecimentos e contabilizar seus bens.  
Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 19/08/2014
 (*) Texto publicado originalmente em mídia impressa: Contabilidade em Revista, página 12. Ano 1 – N°01 – Outubro/2014 – Natal/RN.  
 A segunda conta de um conto (**)
A contabilidade começa pelas mãos. Independente de valores financeiros ou comerciais. O homem comerciante, praticando escambo, desde há muito tempo precisava contabilizar suas posses, e pode contabilizar seus estoques com as mãos. Sem a existência de uma moeda de troca era necessário contabilizar estoques. Para usos próprios e escambos entre outros comerciantes.
E cada qual estabelece os valores de suas tarefas, de seus trabalhos de criação e de colheita, para determinar valores e necessidades. Cada qual estima o quanto custou seus esforços e seu suor, o quanto vale aquilo que produziu. E o quanto pode pagar pelo que não produziu, mas precisa. Estratégias para fazer um escambo, uma troca entre mercadorias diferentes.
Há indícios bíblicos de que a contabilidade começou há muitos anos, antes da Era Cristã. Reis e rainhas precisavam controlar seus súditos e seu reinado, diante de fortunas e bens acumulados. E se algo acontece em um ponto do globo, acontece também em outro ponto do globo. Uma ideia pode surgir em vários pontos do planeta. Prevalece o conhecimento, daquele que fez anotações e pode transportar seu conhecimento. A história escrita prevalece sobre a história oral. E para entender algo que não foi escrito, é preciso se transportar no tempo, pensar como alguém de um determinado tempo possa ter pensado ou imaginado. Atravessar o tempo tal como arqueólogos fazem. Montando quebra cabeças com peças encontradas. 
Todos sabem afirmar que uma mão de milho corresponde a cinquenta espigas. Mas ninguém sabe dizer onde começou; de onde vem esta história de uma mão de milho corresponder a cinquenta espigas. Assim podemos partir de uma dedução para criar uma explicação. Aquilo que não se sabe, analisa-se e interpreta-se. 
Vamos supor que em um tempo distante, pessoas cultivassem milho e desejassem negociar. Levavam sua produção para as feiras que aconteciam em outras cidades. Vamos supor que os negociantes não soubessem contar, não soubessem usar os algarismos, e muito menos executar operações aritméticas. Para efetuar negociações tinham que criar estratégias. Estratégias que tivessem a certeza de não estar sendo lesado. Alguém lá neste tempo distante levou sua produção para uma feira, e teve a ideia de formar lotes de espigas de milho. Como não sabia contar e usar os números, então usou os dedos, e fez lotes de espigas. Uma certeza ele tinha, a quantidade de dedos que tinha nas mãos, o interessado em adquirir o milho também tinha. Assim formou lotes de dez espigas, montando 4-3-2-1 espigas. Montou lotes tal como a quantidade de dedos nas mãos. Talvez dez espigas até pudessem ser carregadas com o auxílio das duas mãos. 
O interessado em adquirir espigas, como não sabia contar também, usou os dedos para se comunicar, uma comunicação matemática. Com uma mão espalmada, e a outra segurando rédeas, declarou ao dono das espigas que desejava cinco lotes. Cinco dedos, cinco lotes. Como cada lote montado tinha dez espigas, o interessado em adquirir milho, levou cinco lotes de dez espigas, totalizando cinquenta espigas.
E assim fica teorizada a origem de uma mão de milho corresponder a cinquenta espigas. Inventamos? Não! Teorizamos. E quem tiver uma ideia melhor que apresente.
Rio de Janeiro/RJ ─ 13/10/2014
(**) Texto enviado para publicação em mídia impressa: Contabilidade em Revista. Ano 1 – N°02 – Novembro/2014 – Natal/RN.  
 

A contabilidade nas mãos 
PDF 410 – Versão para Publikador.
 Entre Natal/RN e Parnamirim/RN, 23 de junho de 2015
 
 
Roberto Cardoso (Maracajá)
ü  IHGRN – Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
ü  INRGN – Instituto Norte-rio-grandense de Genealogia    
ü  PREMIO DESTAQUES DO MERCADO na categoria Colunista em Informática – 2013.
ü  PREMIO DESTAQUES DO MERCADO na categoria Colunista em Informática – 2014.
ü  Escritor; Ensaísta; Articulista
ü  Jornalista Científico (FAPERN-UFRN-CNPq).
ü  Desenvolvedor de Komunikologia.
Texto publicado em: