domingo, 4 de dezembro de 2016

Oficina de lêndeas

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Oficina de lêndeas
PDF 785

FIAT LUX, e faça-se a luz. Era o título oficial da oficina de contação de histórias, na Casa da Mangueira. Era preciso ficar de OLHO aberto, já que não era uma mangueira para regar um jardim, ou combater um incêndio, era uma mangueira, uma árvore frutífera. Então não convém cutucar a onça com vara curta, e ter um palito longo para não ficar muito perto do fogo. Poderá haver algum chefe de cozinha acostumado a brigadas de cozinha, mas sem conhecimento de brigadas de incêndio.

Mas naquele momento Sol estava distante. E a oficina começou como uma garoa leve, evoluindo para uma Chuvinha moderada, anunciando algumas trovoadas com a Daluzinha.  Trovoadas com noites de sono e Netflix. A Chuvinha em São Paulo se fez garoa.  Com as teorias de Escoffier aprendeu ser tournant, o curinga na cozinha, e agora na contação de histórias.

Os filmes não deixam de ser fontes de saber e conhecimento, são baseados em histórias que já foram livros, ou se tornam livros, depois do sucesso nos canais televisivos. São retratos da vida com informações e conhecimentos. E já existem depoimentos, em redes sociais, de viciados em séries criminais, bem no estilo: Ao matar uma barata, já dão a hora exata de seu falecimento. Talvez hoje telespectadores e futuros peritos da medicina forense.

Uma infestação de pedagogas e de lêndeas também estavam presentes na oficina. Eram pedagogas formadas, pedagogas em formação e pedagogas que ainda nem iniciaram seus cursos, estão na condição de lêndeas. Aguardando uma oportunidade e um momento, para sugar um conhecimento. Tudo depende de uma pontuação no ENEN. E teremos uma Chuvinha pedagoga. Outra evidência de vetores eram na gastronomia, formados que se dedicaram a docência e a docerias, buscando elementos doces tal como a barata assassinada, lembrando a barata de Metamorfose. E mais uma missão para uma ex secretária de saúde, identificar os vetores e os focos, na vigilância sanitária.

O título oficial da oficina podia sugerir algumas ideias incendiárias, como o de iluminar o bairro todo colocando fogo na mangueira, uma ideia frustrada. A história diz que Nero colocou fogo em Roma. Um Nero papa jerimum,  em Natal, colocou fogo no mercado, com interesses em abrir uma conta bancária. Restou a mangueira dos potiguares. Mas a tentativa de colocar fogo na mangueira foi frustrada ao trocarem a garrafa de gasolina por uma garrafa de guaraná, que foi colocada na geladeira, depois de retirar o rótulo. E  a  Catita, a ratinha dançarina, desfilando e dançando a dança do ventre, declamando um cordel, chegou na cozinha para colocar o guaraná na geladeira.

Entre lêndeas e lendas foram citados alguns nomes como Cascudo, que devia estar escondido na copa da mangueira, tentando acertar quem aproveitava a sombra, com um manga que vez ou outra derrubava. Enquanto Cascudo observava a cidade da janela, a piolhenta sentava na porta da casa para sua mãe limpar e inspecionar seus cabelos, e aplicar Neocid. Talvez depois de um banho com água de fumo de rolo. Em um filme policial poderíamos denominar “Operação pente fino”, a nova série Netflix.

Na série mais jovem, em sessão da tarde, depois de Denis o pimentinha, “Os cambitos de Mariana”, já que havia uma menor presente na oficina. A história de uma bruxa, filha de um fabricante de vassouras, que mais tarde se transforma em uma contadora de histórias. Visita as casas, deixa uma porção, ou uma poção, de farofa e vai embora alegando ter um compromisso.

A oficina continuaria com outros personagens no dia seguinte. E algumas cenas seriam repetidas. Com participações da Vovó e da ex cunhada.

04/12/2016

Roberto Cardoso

Texto em:

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